quarta-feira, 16 de junho de 2010

BULLYING E CYBERBULLYING por: Rita Lavoyer

Este texto foi escrito pela Rita Lavoyer, escritora que está me ajudando a levar a frente meu projeto.


Senhores pais, dirigentes escolares, professores e pessoas que têm sentimentos por crianças e adolescentes, leiam, urgentemente, a revista VEJA nº 18, de 05/10/2010, página 98: “A tecnologia a serviço dos brutos”.

Ali, os que ainda não se dão conta da gravidade do problema, poderão sentir um pouquinho o que significa ser vítima de bullying ou cyberbullying (agressões via internet).
O que me choca, é saber que há pessoas que estudaram para trabalhar com crianças e adolescentes, e não acreditam que esses fenômenos existem, quando não, mesmo sabendo se negam a enxergá-los, tirando o corpo fora, deixando a cargo de outros, até da polícia, resolverem um problema que elas têm por dever ajudar a solucionar.

Não estou inserida neste universo de bullying e afins porque eu quero, acreditem! Mas à medida que fui inteirando-me do assunto, fui percebendo o quanto eu, como ‘diplomada’, ‘esposa’, ‘mãe’, ‘amiga’ e muitos outros títulos me couberam receber, estava bem longe de ser considerada cidadã.

As sequelas do bullying são gravíssimas, principalmente para algumas crianças que não sabem lidar com humilhações físicas, morais e psicológicas. Algumas as resolvem com facilidades; outras, não! Cada ser humano possui uma natureza e uma forma de agir e se expressar. O agressor também. Não estou tirando do agressor o direito de ser humano, mas ele bem que se esquece disso quando planeja suas atrocidades.

Aqui, não me refiro mais às crianças agressoras que, por sua vez, também são vítimas por não ter-lhes sido apresentados limites por parte daqueles que deveriam educá-los. Refiro-me, exatamente, aos jovens agressores que não aprenderam, quando pequenos a dar nomes às suas atitudes maldosas, roubando de crianças indefesas o direito de viver a melhor fase de suas vidas: infância e juventude. Se desde a infância a criança aprender que certas atitudes são consideras bullying, quando maiores saberão o que estão fazendo, podendo assim, ser responsabilizadas por elas. Embora não exista lei que puna esses tipos de agressores, a ignorância sobre o tema é suporte para acobertá-los.

Se o seu filho, para ir à escola, apresenta dores diárias em qualquer parte do corpo, mãos frias, tremedeiras, desarranjo intestinal, e quando volta dela está irritado ou calado, isola-se no restante do dia ou sempre pedindo algo diferente para comer para acalmar o nervosismo, são alguns sintomas, “recursos inconscientes”, que a sua criança está utilizando para descarregar a ‘revolta’ travada na palavra que não consegue gritar. Não se assuste, pelo contrário, entenda-o. O seu filho é vítima de bullying.

Senhores pais, educadores, eu não estou brincando. Eu sei muito bem que bullying não é brincadeira. Eu tenho propriedades suficientes para gritar sem vergonha de revelar o oculto, mas o meu grito é fraco. E vocês? Vão continuar de boca fechada e deixar os seus filhos sob as garras dos algozes? Até quando irão permitir que seus filhos virem brinquedos?

No dia 07/05, última sexta-feira, o prefeito Cido Sério (PT) encaminhou à Câmara Municipal projeto de lei para implantação de combate ao bullying na rede municipal de ensino. Parabéns a toda equipe da Secretaria de Educação de Araçatuba que está empenhada em melhorar a qualidade, não só do ensino, mas de vida das crianças que passam pelos cuidados dos professores municipais.

Espero que as escolas da rede particular de ensino de Araçatuba que ainda não adotaram campanhas para impedir a prática do bullying, comecem a pensar sobre o assunto.
Senhores pais, quando forem matricular os seus, questionem a escola se ela já adotou uma campanha para ensinar aos seus funcionários, pais e aos alunos o que significa o bullying.

Se a escola não lhes der resposta, tire o seu filho de lá. Isso é prova de que, apesar de ela ter programas de ensino considerados de excelência, acaba se esquecendo do principal, ou seja: a vida do seu filho, futuro cidadão.
Vão continuar pagando pra ver?

Por: RITA LAVOYER

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